Trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM lançam plebiscito popular sobre privatização das estatais por Tarcísio
Na próxima terça-feira, 5 de setembro, as entidades representativas dos trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM realizarão o ato de lançamento de um plebiscito popular que pretende ouvir a população acerca das propostas de privatizações destas estatais. O ato será na Quadra do Sindicato dos Bancários, na região central da capital paulista.
Desde que Tarcísio de Freitas elegeu as privatizações como sua bandeira principal, já na campanha eleitoral, os trabalhadores têm realizado uma campanha para dialogar com a população dos riscos dessas privatizações que vão onerar os serviços públicos e o bolso do povo.
Rene Vicente, presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), ressaltou em ato de panfletagem na entrada da estação Brás, que as categorias devem estar unidas e em diálogo com a população, sobretudo explicitando o que está por trás da maioria dos processos de privatização.
“Nós achamos que é importante a unidade dessas categorias no diálogo com a população, na disputa da narrativa com o governo do estado, que quer entregar esses patrimônios públicos à iniciativa privada, na lógica do lucro. No nosso caso específico, que é a luta dos trabalhadores da Sabesp, a maior companhia de saneamento básico do Brasil e uma das maiores da América Latina, ele [governador Tarcísio de Freitas] quer entregar uma empresa que só no ano de 2022 teve um lucro de R$3,1 bilhões. E ele quer entregar essa empresa para a iniciativa privada”, disse Rene ao jornal Brasil de Fato.
A presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, que também estava panfletando na estação do Brás contra a privatização das empresas públicas explicou que “parte dessa campanha é a gente vir aqui nas estações de trem e Metrô conversar com os usuários desses serviços públicos e falar sobre o impacto da privatização na vida deles”.
Camila conta que no próximo dia 5, as categorias vão lançar um plebiscito popular que pretende ouvir a população acerca das privatizações. “Nós queremos fazer um plebiscito com toda a população do estado de São Paulo perguntando se as pessoas concordam com a privatização do Metrô, da CPTM e da Sabesp. E em todas essas empresas o processo de privatização já vem se desenvolvendo há algum tempo através da terceirização de algumas funções, parando de dar subsídio e de investir recursos públicos nessas empresas. Então a privatização é um processo que vem se desenvolvendo há muitos anos, mas o governo Tarcísio está disposto a acelerar mais esse processo, inclusive com algumas datas marcadas”, disse.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Sabesp (Sintaema), José Faggian, encontrou-se, na sexta-feira (25), com moradores, trabalhadores da Sabesp e autoridades da cidade de Tupã para dialogar sobre os prejuízos da privatização da empresa. O encontro também faz parte da mobilização no Estado contra a privatização da Sabesp, que segue ameaçada pelo governador Tarcísio de Freitas.
Faggian lembrou das consequências da privatização nos Estados do Amazonas e Mato Grosso do Sul. Em ambos os Estados o saneamento é privatizado há cerca de 20 anos com prejuízos para a população e trabalhadores.
“Manaus tem a nona maior tarifa entre as capitais e o sexto pior serviço de saneamento do Brasil. Manaus tem cerca de 20% dos esgotos coletados. Em Campo Grande é a maior tarifa entre as capitais brasileiras. É privatizado há 20 anos e não tem os serviços universalizados”, afirmou Faggian.
“No Brasil, onde se privatiza, a qualidade do serviço piora e a tarifa de água aumenta. […] Na prática, a privatização significa que o controle da empresa será entregue ao setor privado e isso resultará na perda da política tarifária e de investimentos que será determinada por esse ente privado que irá colocar em primeiro lugar o lucro”, ressaltou o dirigente.
ONDA DE REESTATIZAÇÕES
Dados divulgados pelo Instituto Transnacional (TNI), centro de pesquisas com sede na Holanda, intitulado Recuperação de serviços públicos: como as cidades e os cidadãos estão voltando atrás na privatização, demonstra que “nos últimos 20 anos [de 2000 a 2019], foram realizadas 835 reestatizações de serviços essenciais no mundo”.
De acordo com o artigo, 37 países que reestatizaram seus serviços de água e esgoto apontam que as quebras ou não renovações dos contratos ocorreram após “constatarem o aumento abusivo das tarifas de água e o fato de que promessas de universalização não foram cumpridas”. Outro motivo apontado para a reestatização foi “o avanço de problemas com transparência e dificuldade de monitoramento do serviço pelo setor público”.
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