Debate sindical inédito: “A reconstrução nacional, os sindicatos e a democracia”
O que pensam as mais destacadas lideranças sindicais do país? Qual o papel na reconstrução nacional que atribuem aos sindicatos que dirigem? Por que Temer e Bolsonaro tentaram sufocar financeiramente até a morte a estrutura sindical e esvaziar sua capacidade de negociação em nome da categoria? O sistema confederativo e de unicidade sindical estão em risco? O que tudo isso tem a ver com o Projeto Nacional de Desenvolvimento? Essas e outras questões estratégicas, como a questão da energia, serão debatidas por quem as vive no dia a dia.
O Instituto Cláudio Campos, presidido por Rosanita Campos, realizará no próximo dia 5 de dezembro, às 18 horas, o Seminário O Governo Lula, a Reconstrução Nacional e o Papel dos Sindicatos em parceria com a CTB (Central de Trabalhadoras e Trabalhadores do Brasil). O evento acontecerá de forma híbrida, presencial na sede da CTB e on-line para os que quiserem acompanhar pela internet. Na oportunidade será homenageado Sérgio Rubens de Araújo Torres, dirigente do PCdoB e sócio número um do Instituto. Sérgio faleceu nessa data há dois anos.
Adilson Araújo, presidente da CTB, que participa da primeira mesa, A reconstrução nacional, o investimento público e a reindustrialização, afirmou ao HP que “a reforma trabalhista deu formato de lei ao trabalho análogo à escravidão” e a “a reforma da previdência feriu de morte a aposentadoria”. Segundo Araújo, “o apoio ao presidente Lula é uma necessidade. Vamos ter que ampliar a pressão e colocar para fora o Campos Neto. Vamos fazer o Haddad ouvir que não dá para ficar subalterno ao Centrão. A mediação desta mesa será de Sabino Bussanello, assessor de formação sindical da Federação dos Trabalhadores na Indústria Santa Catarina (FETIESC) e coordenador do Fórum Sindical Ampliado (FSA).
Para Moacyr Auesvald, presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e convidado especial para falar aos delegados do 8º Conselho Nacional da CTB, “a vida é feita de corpo e alma. Tiraram o corpo, mas permanece a alma. De vez em quando, no meio das discussões, se fala que o movimento sindical será representado pelas centrais. E quando se fala isso, vai para o saco a unicidade sindical”. Moacyr declarou também que “tem tido conversas memoráveis com Adilson, presidente da CTB”.
Juruna, secretário-geral da Força Sindical, é também palestrante. Disse que “a ideia é de uma mesa de negociação tripartite, com a participação de empresários, governo e sindicalistas, para rever legislações consideradas prejudiciais aos trabalhadores”.
Chicão, presidente da Federação dos Trabalhadores em Água, Energia e Meio Ambiente, convidado especial para discutir a situação energética do país, considera que o recente apagão é consequência da privatização: “Quando o objetivo central é o lucro máximo a manutenção preventiva vira custo secundário”.
A segunda mesa, A unidade sindical, emprego e salário, será mediada por Nivaldo Santana, secretário de Relações Internacionais da CTB e secretário Nacional Sindical do PCdoB. Serão palestrantes Carlos Müller, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Marítimos e Fluviais, Flavio Werneck, da Federação Nacional dos Policiais Federais, e José Reginaldo, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, para quem “não há reconstrução nacional sem a participação do sindicalismo laboral. Numa sociedade demarcada por um ciclo ascendente de injustiça e desigualdade social, desconhecer o papel sindical para contrapor essa realidade é negar a história e própria reconstrução nacional”.
Para Carlos Müller, “o presidente Lula deve, com urgência, tomar medidas trabalhistas como o aumento real do salário mínimo, acabar com as formas de trabalho precário, possibilitadas pela reforma de 2017, como o injusto trabalho intermitente”, em que o empregado fica à disposição, mas só recebe pelas horas trabalhadas. O dirigente sindical considera urgente regulamentar as atividades profissionais por aplicativo, “para que esses trabalhadores tenham acesso à aposentadoria e outros direitos garantidos, assim como a ultratividade dos acordos e convenções precisa existir”, ou seja, enquanto não há acordo, vale o acertado na convenção passada.
CARLOS PEREIRA
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