Acusado de estupro e feminicídio de estudante da UFPI ficará preso por tempo indeterminado

Em uma festa dentro da Universidade Federal do Piauí (UFPI) a estudante de jornalismo Janaina da Silva Bezerra, de 21 anos, foi estuprada e teve o seu pescoço quebrado. O homem que estava com a vítima na manhã seguinte Thiago Mayson Barbosa, estudante de mestrado na UFPI diz que eles “praticaram sexo consensual e que após a prática a vítima estava desacordada”. Versão que foi desconsiderada pela polícia após o laudo do IML. O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Francisco Baretta, afirma se tratar de estupro.

O criminoso alega que eles já haviam “ficado” antes, e que por volta das 2h da manhã do dia 28 eles dois teriam ido para um corredor e depois para uma sala de aula, onde o crime ocorreu, ele afirma ter ficado ao lado do corpo durante a madrugada e pediu socorro por volta das 9h da manhã. Uma testemunha, ouvida pelo jornal ‘O Globo’, diz que o suspeito estava com o corpo de Janaina nos braços, a moça estava “com os olhos virados” e sem pulso. A testemunha indagou “essa moça está morta! O que houve?” a resposta foi que ela estava bêbada.

Janaina foi então levada para o hospital onde uma enfermeira apontou que ela “já chegou sem vida e com suspeita de violência, havia sangue nas vestes e na partes intimas, e na vagina da jovem havia uma lesão; possivelmente a vítima teria sido agredida, pois apresentava lesões no rosto e nos olhos; estava vestida com uma roupa masculina, sendo uma bermuda e uma camisa por cima da sua; a blusa da vítima estava rasgada”.

O laudo do IML afirma que houve estupro seguido de morte por lesão na medula. Segundo a médica legista a lesão pode ter sido causada por pancada que teria torcido ou traumatizado a coluna. O suspeito está preso por tempo indeterminado. 

Protesto em memória da estudante Janaína Bezerra

ESTUDANTES E FAMILIARES EXIGEM JUSTIÇA

Alunos da Universidade Federal do Piauí (UFPI), professores, familiares e amigos da estudante de jornalismo, Janaina da Silva Bezerra, realizaram na tarde desta segunda-feira (30), uma vigília e protesto em razão da morte da jovem. Os atos iniciaram na praça em frente à Reitoria (UFPI), seguindo com uma caminhada até o Carretel, onde homenagens são prestadas. 

A mãe da jovem, participou dos atos e se emocionou durante seu discurso e pediu justiça pela morte da sua filha: “Hoje eu fui no hospital pra pegar minha filha e eu queria trazer ela para casa, mesmo que tivesse doente, mas era viva. Perdi minha filha sonhadora e batalhadora. Ela lutou tanto, nós lutamos por ela e ela estava lutando por nós, se era para ajudar a família. Destruíram o sonho da minha filha. Eu quero justiça!  Eu sou a mãe da Janaína, eu quero justiça! Todos clamando justiça por ela”. 

No Brasil a Lei do Feminicídio está em vigor desde 2015, na lista de crimes hediondos, que tem pena mais grave. A lei surgiu para assistir mulher assassinada em razão de gênero.  Segundo o site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais “Para se enquadrar o assassinato de uma mulher como crime de feminicídio, é necessário que o autor tenha cometido o ato em razão de violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídios, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas pra os Direitos Humanos.

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