Política

Deltan larga melhor do que Moro na oposição ao governo Lula

O ex-procurador da República Deltan Dallagnol e o ex-juiz federal Sergio Moro chegaram ao Congresso Nacional — o primeiro como deputado; o segundo, como senador — basicamente falando do mesmo tema que os alçou ao estrelato durante os tempos de Lava Jato: o combate à corrupção.

Ambos também fizeram campanhas eleitorais marcadas pelo antipetismo e pelas críticas às ideias da esquerda em geral. Eleitos, ambos prometeram fazer oposição dura ao governo Luiz Inácio Lula da Silva, de novo alçado à condição de alvo principal da dupla.

Ao que parece, na primeira semana nos cargos, Deltan tem se saído melhor que Moro. O deputado já pediu a abertura de inquérito no Ministério Público contra a ministra Daniela Carneiro (Turismo), do União Brasil, por suspeita de mau uso de recursos do Fundo Eleitoral. De quebra, lembrou a Lula a promessa que ele fizera de afastar do governo quem se envolvesse em ilícitos.

Deltan também enviou ofício ao STF para pedir a retomada do julgamento do habeas corpus que suspendeu a condenação de Waldez Góes, ministro da Integração e Desenvolvimento Regional de Lula, por mau uso de dinheiro público quando era governador do Amapá. O pedido teve como base mudança no Regimento Interno do Supremo que restringiu o tempo que um processo pode ficar parado por um pedido de vistas.

Nas redes sociais, ele também tem feito críticas sucessivas a iniciativas e pronunciamentos de Lula, como a campanha do petista contra a independência do Banco Central e a ideia do governo de revisar os acordos internacionais de cooperação do Ministério Público Federal.

De concreto no Parlamento, ele apresentou uma emenda à Medida Provisória 1.158, que coloca o Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras) sob o guarda-chuva do Ministério da Fazenda – para o ex-procurador é preciso que o órgão, essencial no combate à corrupção, fique no Banco Central, onde está atualmente.

Nesse ponto, ele e Moro tiveram a mesma ideia. O ex-juiz apresentou emenda com o mesmo teor no Senado, mas acrescentou um artigo que fixa que a definição das metas de inflação só poderá ser feita por unanimidade do Conselho Monetário Nacional – a medida visa dificultar a ação do governo Lula, que dificilmente teria unanimidade no órgão.

No mais, o ex-juiz também atua como uma espécie de “ombudsman” do governo Lula nas redes sociais, criticando, entre outros, as tentativas de mudar a relação trabalhista com a Uber e a investida contra a independência do Banco Central

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Fonte: https://veja.abril.com.br/coluna/maquiavel/deltan-larga-melhor-do-que-moro-na-oposicao-ao-governo-lula/